Então me recordei dos tempos do Colégio Técnico da UFMG (primeiramente como aluno e depois como professor). O Coltec sempre foi referência não apenas em termos de ensino técnico, mas também de ensino para a vida.
Dentro desta proposta havia um evento fantástico – o enduro a pé ( http://endurocoltec13.blogspot.com/ ). Normalmente as equipes tinham um líder, responsável por representar a equipe junto aos postos de controle, e um navegador, que era responsável pela interpretação da planilha de navegação e, juntamente com o líder do projeto e resto da equipe, controlar o desempenho ao longo da prova.
Se recordarmos a definição de projeto “um esforço temporário para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo” (PMBoK 2008: 5) podemos considerar o enduro, incluindo as etapas de preparação, como um projeto.
A preparação começava nas aulas de educação física, onde caminhávamos várias vezes na pista de 100 metros do Centro Esportivo Universitário, contando nossos passos, até termos uma estimativa, com um bom grau de precisão, do valor de um passo médio. Esta estimativa era utilizada para calcular as distâncias percorridas entre as referências da planilha, além de calcular a velocidade da equipe.
Para ilustrar reproduzo um trecho de uma destas planilhas.
Durante o evento, é possível verificar claramente a execução de dois processos de integração do projeto PMBok(2008):
· Orientar e gerenciar a execução do Projeto – Envolve a realização do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para que os objetivos sejam atingidos;
· Monitorar e gerenciar o trabalho do projeto – Acompanhamento, revisão e regulação do progresso para atender os objetivos de desempenho definidos no plano do projeto.
Ao longo do percurso, cabe à equipe, com base nas medições de desempenho, adequar sua estratégia: aumentar a velocidade? Diminuir o passo? Fazer uma pausa para manter a regularidade? Tudo isso com a pressão da competição e o desgaste da prova – ou seja, toda decisão é tomada enquanto a equipe se desloca ao longo do percurso – ou seja o controle integrado de mudanças ocorre em tempo real, ao longo do projeto.
Além desses dois processos também é possível identificar o gerenciamento de riscos, considerando possíveis encontros com animais selvagens (cobras, marimbondos, abelhas, mosquitos...), condições climáticas da prova (planejar levar capas de chuva entre o equipamento, ou viajar mais leve após passar protetor solar?), gerenciamento de RH com os membros da equipe, comunicação (entre o líder e os Pontos de Controle, equipes, etc.), entre outras áreas de conhecimento.
Então a experiência do enduro se presta para os objetivos do departamento de educação física, e vai além, ao criar uma vivência única de gerenciamento de um projeto na prática, de forma lúdica e eficaz.
Até o próximo post.
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